"E eu fiquei ali. Imóvel. Por segundos acho que me esqueci de como se respirava. Precisei de mais alguns segundos para me recompôr do choque. Pedro estava mesmo à minha frente? Ou estaria eu a sonhar? Pensei em beliscar-me, mas achei isso completamente estúpido. Acabara ele de me pedir para falar com ele? Sem saber o que dizer, disse as primeiras palavras que me vieram à cabeça:
- Claro. E onde preferes conversar? - Tentei que as palavras soassem confiantes, mas não tenho a certeza se sortiu efeito. Ele aproximou-se mais, e o meu nervosismo aumentou. O coração batia a 1000 k/h, ou talvez mais!
- Vamos para um sítio onde possamos conversar a sós. - A sua voz exageradamente perfeita fez-me corar. Rezei para que não reparasse.
- OK. - Foi tudo o que consegui dizer.
Ele começou a andar e eu segui-o pelo corredor. Só mais tarde reparei que todos os alunos estavam calados. Um silêncio demasiado perturbador. Todos olhavam para nós. Eu já estava bastante nervosa, mas com todos aqueles olhares sobre mim, fiquei ainda pior.
Finalmente, chegámos ao pátio e ele levou-me até ao jardim. Estávamos em Janeiro, mas não estava muito frio, e o ambiente estava mesmo agradável. Desejei que ele se declarasse ali, diante da beleza do jardim, diante dos pássaros, diante das árvores e flores. Desejei ser uma princesa e ele o meu príncipe encantado. Mas depois caí na realidade.
Sentámo-nos num banco perto dos arbustos. Era capaz de jurar que estivemos mais de 2 minutos em silêncio, até que a sua voz quebrou por completo o silêncio que se havia instalado.
- O que tenho para falar contigo é bastante embaraçoso. - As palavras soavam nervosas e receosas. Mas soavam de uma foorma tão meiga.
- Estou a ouvir. - Consegui por fim dizer.
- É uma coisa um pouco embaraçosa e por isso tenho vergonha... - Dizia ele.
- Podes confiar em mim. Não tenhas vergonha. - Nem acreditava! Achara mesmo que acabar de ser convicente! Até eu, quase que acerditara em tal confiança que fizera sentir com aquelas palavras.
- Obrigado. Eu sei que posso, então é assim... - Fez uma pausa algo agradável, como se tentasse encontrar as palavras certas.
- Eu faço voluntariado numa instituição de crianças que foram abandonadas pelos pais. E eu sou como o 'animador' deles. Sou eu que colaboro em festas, brinco com eles... Eu sei que é embaraçoso. - Fez uma cara triste e preocupada, como se a minha reacção lhe importasse. Será que importava?
- Não é nada embaraçoso. Eu acho bastante querido. - Querido? Era simpelsmente fantástico! Só o tornava ainda mais perfeito!
Ele sorriu e disse:
- Agora vem a parte realmente embarasosa. Pediram-me para fazer uma coisa, mas eu preciso de outra pessoa para me ajudar. Pediram-me para encontrar uma pessoa simpática, com carisma, uma pessoa gentil. E eu lembrei-me de ti. - As palavras entraram de imediato na minha cabeça. Eu acabara de ouvir que ele me achava uma pessoa simpática, com carisma e gentil? Não, eu só podia estar a sonhar. E, desta vez, belisquei-me mesmo. Mas quando senti a dor, o coração bateu mais depressa. Ainda mais.
- E em que queres que te ajude? - Perguntei, com um sorrisinho estúpido no rosto.
Aproximou-se do meu ouvido e sussurou-me a resposta à minha pergunta.
Sem saber o que dizer, soltei um suspiro de espanto. Não estava nada, mas mesmo nada à espera disto."
Hehe, obrigada pelos comentários, só passou 1 dia desde o outro capítulo! Mas para vos agradecer pelos comentários postei logo hoje o 2º capítulo! Se continuarem a comentar assim, não tarda acabam-se os capítulos! =D Continuem a comentar!